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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
a trabalhar como fotografo
freelance
no jornal
Clarim Diário.
Essa história que os quadrinhos con-
tam como sendo a origem do Homem-Aranha. A
revista tornou-se um sucesso imediato, pois muitos
dos leitores identificavam-se com o personagem.
A ruptura com o modelo de construção de herói
será analisada como uma das possíveis causas
desse resultado de vendas.
Parker nunca teve o estereótipo do super-
-herói, pelo contrário, ao invés do corpo atlético
e definido, tal qual exigido daqueles indivíduos
pertencentes à masculinidade hegemônica, era
detentor de um corpo franzino e desajeitado. Não
vestia-se como os demais alunos, com roupas de
grife, estava sempre munido de seu pulôver, osten-
tando sobre os olhos óculos de aros redondos, a
típica imagem de um jovem nerd. Por não ser um
atleta, os demais alunos, todos rapazes, compo-
nentes dos times da escola, seguidamente o ele-
giam como alvo de suas brincadeiras e provoca-
ções (SCOTT, 1995). Então pode-se entender que o
universo escolar em que o personagem está inse-
rido suscita o mundo real. Reforçando a ideia de
que os esportes, sempre foram considerados como
um território essencialmente masculino. Desde as
suas primeiras competições, tem sido espaço de
privilégios para a afirmação de determinadas re-
presentações de masculinidade e de feminilidade,
tanto em ambientes de alto rendimento, quanto
no lazer ou na escola (CONNELL, 1995).
Por diversas vezes, Peter, foi excluído do gru-
po, vendo esses reunidos ao longe, divertindo-se
sempre rodeados por garotas. Assim nas histórias
em quadrinhos como no mundo real, a simetria
entre os “iguais”, é demonstrada tanto tomando
a virilidade como a capacidade de obter recur-