214
VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3: GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), produzidos pelo Ministério do Trabalho.
O sistema de regionalização do Vale do Rio
dos Sinos para este trabalho foi o Conselho Regio-
nal de Desenvolvimento (Corede) do Estado do Rio
Grande do Sul. O Corede do Vale do Rio dos Sinos
é um dos 24 conselhos do Estado e é composto
por 14 municípios que estão no entorno do Rio do
Sinos
1
. Os 14 municípios representaram 12,2% da
população do Rio Grande do Sul e o Produto Inter-
no Bruto (PIB) 13,0% no ano de 2016. (FEE, 2018a).
O mercado de trabalho no Vale do Sinos
era composto, em 2016, por 354.279 pessoas, sen-
do que 75,1% desses trabalhadores são autodecla-
rados como brancos. O percentual alto pode ser
explicado por ser uma região colonizada por imi-
grantes alemães, especialmente em Novo Ham-
burgo e São Leopoldo, dois dos municípios mais
populosos do Vale do Sinos. (FEE, 2018b).
A maior parte dos trabalhadores por cor,
raça e etnia está concentrada no comércio vare-
jista. A região do Vale do Sinos é forte nos setores
de comércio e serviços. Em 2016, 73,0% dos esta-
belecimentos eram desses dois setores, sendo que
o comércio aumentou em 37,1% o número de es-
tabelecimentos entre 2003 e 2016 e os serviços em
50,1% no mesmo período.
Embora os trabalhadores estejam nos seto-
res de comércio, os trabalhadores pretos tinham a
menor média salarial do Vale do Sinos em 2016, re-
cebendo em média R$ 1.750,29, seguido dos par-
dos R$ 1.905,54, amarelos R$ 2.029,75 e brancos R$
2.267,94. A desigualdade salarial parece não ser
explicada pelo nível de escolaridade. O ensino
1 Araricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Es-
teio, Ivoti, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Por-
tão, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul.