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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3:
GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
Ainda assim, o Pronatec, através dos cur-
sos FIC, trouxe também resultados positivos para
os egressos, como o empoderamento, a inclusão
social, autoestima, novas amizades, maior partici-
pação na vida da comunidade, acesso a informa-
ções, retorno aos estudos, maior interação com
os demandantes e com o IFRS – Campus Sertão
através do conhecimento de sua estrutura e dos
cursos oferecidos.
Quanto aos demandantes, a pesquisa evi-
denciou dificuldades referentes ao acúmulo de
função, ao número reduzido de pessoas para tra-
balhar e à falta de um espaço físico adequado
para a realização da parte teórica e prática dos
cursos. Outro ponto mencionado foi a precarieda-
de ou a falta de informações sobre o programa,
sobre os materiais utilizados e a realidade de cada
município em relação às vulnerabilidades dos alu-
nos. Isso pode ser observado na fala de uma de-
mandante do CRAS. “A profissional que veio, espe-
cificamente do curso de cabeleireiro, como não
tinha informação do público que iria trabalhar,
acabou não atingindo o objetivo que ela queria
[...] a grande maioria eram negras que participa-
vam, então, desde os produtos, o cabelo, faltou
material adequado para a profissional trabalhar”.
O estudo concluiu que os cursos de quali-
ficação para as pessoas em situação de vulne-
rabilidade social, por si só, não são capazes de
enfrentar as questões mais complexas que fazem
parte do seu cotidiano (FERRARINI, 2008). A obten-
ção de êxito em programas de geração de tra-
balho e renda em comunidades de baixa renda
demanda a efetivação de políticas públicas que
assegurem direitos, como saúde, educação, se-
gurança, saneamento, informação, dentre outros.