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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT2:
MULHERES NEGRAS RESISTEM: ANÁLISES SOBRE PROTAGONISMOS FEMININOS E NEGROS NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO
ROMPENDO O CICLO DE SILÊNCIOS:
TRAJETÓRIAS DE PROFESSORAS NEGRAS
LÉSBICAS NO ENSINO PÚBLICO
Tainah Mota do Nascimento
(Mestranda em Educação – Unisinos)
RESUMO:
O presente trabalho versa sobre as ideias
inicias de um projeto de Mestrado em Educação,
que pretende abordar a trajetória de professoras
negras lésbicas no ensino público e sua (in)visibi-
lidade no espaço educacional, problematizando
cotidianos escolares historicamente marcados por
produções monoidentitárias (SILVA, 2015), no que
concerne ao gênero, etnia e sexualidade, silen-
ciando diversas experiências. A ideia é, a partir da
análise dessas trajetórias, tentar romper com o que
Audre Lorde (1984), Cheryl Clarke (1980), Adriane
Rich (1993), e outras teóricas, chamam de silencia-
mento epistêmico, interpretado como um proces-
so de subjugação, silenciamento e extermínio de
saberes relacionados a esse grupo de indivíduos.
A escolha por esta temática, justifica-se pela mi-
nha trajetória e história de vida, que foram mar-
cadas por alguns lugares que articulam a minha
diferença: negritude e lesbianidade. Esses traços
marginais que durante a graduação em Direito,
iniciada no ano de 2012, no interior do estado do
Rio Grande do Sul, na cidade de Santo Ângelo,
permitiram observar a força da tradição do silên-
cio racista e misógino, que através da imposição
heterossexual, reforça a invisibilidade à lesbia-
nidade, uma vez que a mulher negra é invisível
no mundo orientado pelos homens brancos e no
mundo feminista das mulheres brancas, mesmo