XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE
DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS
1125
EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)
por serem tratados como profissões que “não dão dinheiro”
ou “não tem futuro”. Através de nossas aulas e discussões no
Pré-Universitário a respeito de nossa cidade e do rumo que
nossa educação vem tomando, onde se é prezada a educação
empreendedora e não a educação política e emancipadora,
nossos educandos entenderam o importante papel que cada
um deles têm na luta pela preservação e cuidado com a nossa
terra, com nosso povo, com a nossa cultura.
Um dos grandes acontecidos que gosto sempre de
mencionar é sobre a tentativa de instalação de uma empre-
sa de mineração na cidade, que traria sérios impactos am-
bientais para nossa Lagoa dos Patos e terra de onde nossas
famílias tiram o sustento. Nesta ocasião, os educandos do
Ousadia Popular, após uma roda de conversa sobre o que a
instalação desta empresa causaria em nossa cidade, decidi-
ram promover um abaixo assinado contra a vinda da mes-
ma. O abaixo assinado alcançou as casas das famílias, e as
escolas da cidade.
Para falar um pouco de minha tarefa enquanto coor-
denador do contexto Pré-Universitário Ousadia Popular,
assumi a tarefa de selecionar educadores para nosso curso
oriundos da própria cidade de São José do Norte, conta-
giando-se assim do pertencimento com a comunidade e o
entendimento da realidade de nossos educandos, o que nos
facilitou o diálogo e a construção de uma boa convivên-
cia durante o período de funcionamento de nossas aulas.
Muitos dos novos educadores, alguns anos antes eram edu-
candos, e vê-los voltar ao projeto como educadores nos faz
acreditar na força que a Educação Popular tem na conscien-
tização do dever social que temos com nossa gente.
[...] as ações do PAIETS, no que concernem os pres-
supostos epistemológicos, apostam na democra-
tização do ingresso e permanência à universidade
como direito, entendendo que através da inserção
participativa e crítica de sujeitos que historicamente
estão à margem da sociedade é que alcançaremos
a transformação social que almejamos. (PEREIRA et
al, 2016, p. 30)