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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT8: EMPODERAMENTO LEGAL
que está associado às representações sociocul-
turais ligadas ao gênero, aos estereótipos ligados
à imagem da mulher, que enfim, retratam alguns
dos padrões existentes em nosso meio social e cul-
tural. É importante ressaltar também que o assédio
sexual é uma modalidade de violência que gera
às vítimas vários tipos de sofrimentos, físicos e psí-
quicos, tais como: medo, culpa, vergonha, depres-
são, crises de choro, desânimo, isolamento, perda
de autoestima e confiança, dificuldades de dor-
mir, pânico, etc., que por sua vez, pode provocar
uma série de doenças ou até mesmo o suicídio.
A pesquisa realizada pelo Instituto Avon em
parceria com o Data Popular sobre a violência
contra a mulher no ambiente universitário, na qual
60% das(os) entrevistadas(os) foram mulheres, re-
velou que 14% das(os) participantes do estudo co-
nhecem casos de mulheres estupradas, 11% das
participantes sofreram tentativa de abuso sob o
uso de bebida alcoólica e 28% delas já sofreram
algum outro tipo de assédio sexual, como ser toca-
da sem consentimento, ser forçada a beijar um ve-
terano, etc., 70% das mulheres já sofreram violên-
cia psicológica, moral, física ou sexual (INSTITUTO
AVON/DATA POPULAR, 2015). Em 2015, 45.460 ca-
sos de estupro foram registrados no Brasil, ou 22,2
casos a cada 100 mil habitantes, segundo dados
do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Públi-
ca de 2016 (ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA
PÚBLICA, 2016). Especialistas estimam, porém, que
esse número representa entre 10% e 15% do total.
Considerando os dados apresentados, po-
demos afirmar que ocorrem casos de assédio se-
xual continuamente. Muitas notícias, comoções,
mensagens de apoio, mas pouco é feito para
combater esses episódios, alguns casos são esque-