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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT8: EMPODERAMENTO LEGAL
anos é estupro de vulnerável”. A maioria das crian-
ças casadas são meninas, essa diferença é expli-
cada pela forma como o país foi estruturado, em
uma ideia do homem como dono da mulher. Além
disso, não são quaisquer meninas, pois há nesses
casos um processo de intersecção, onde gênero
e classe social se cruzam de forma a gerar uma
exclusão que vai além de um só desses marcado-
res sociais. Estamos falando de meninas (gênero)
pobres (classe social), que se casam em busca
de uma melhor Qualidade de Vida, uma grande
maioria delas para se livrar da pobreza e dos maus
tratos, ou seja, os casamentos ocorrem por causa
de situações de extrema desigualdade social na
qual o país está inserido. O
Casamento de Crian-
ças
, assim como muitos dos temas que envolvem
a infância no Brasil, não são debatidos pela mídia,
bem como, são pouco refletidos pela academia
e não são parte constitutivo das agendas de pes-
quisa e de formulação de políticas nacionais. Os
dados sobre a forma como estamos tratando essa
infância e aqui principalmente a infância femini-
na, são extremamente preocupantes, e infeliz-
mente a proteção dessas meninas contra o casa-
mento, também não faz parte da grande maioria
dos movimentos que tratam e pensam a violência.
O tema, não está colocado como uma das prin-
cipais lutas no nosso país em projetos sociais que
tem como pauta as lutas feministas, as lutas pela
proteção da infância ou pela educação. Para dar
conta de compreender as especificidades da te-
mática, o percurso investigativo teve como
eixo
teórico-metodológico
a
Transmetodologia
, com
o intuito de trabalhar a interdisciplinaridade que
a temática necessitava, bem como poder experi-
mentar as formas do fazer pesquisa. Sobre essas ex-