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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT1: DINÂMICAS DE GÊNERO E ESTUDOS FEMINISTAS EM CONTEXTOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS
na política. Em geral os próprios estudos sobre desi-
gualdade de gênero ignoram a condição das mu-
lheres negras frente às demais, contribuindo para
a perpetuação do racismo (RIBEIRO, 2017, p.40).
Assim, a mulher negra tem somado à desqualifica-
ção de gênero e classe a violência racial desde a
infância, física e simbolicamente. Mesmo mulheres
negras pertencentes a classes altas precisam en-
frentar o sistema racial que as pretere. O principal
perfil das vítimas de feminicídio no Brasil, portanto,
são meninas e mulheres negras. Invisibilizando esta
realidade, mulheres negras seguem preteridas pe-
las políticas públicas e forçadamente reproduzem
perspectivas e práticas sociais enraizadas na so-
ciedade escravocrata que definem seu lugar sim-
bólico e material como aquele subalterno.
Levando em conta os diferentes dados
apontados por estas pesquisas, portanto, é emer-
gente contemplar e investigar a especificidade do
entrelaçamento de raça e gênero no Brasil nos di-
ferentes espaços e âmbitos da sociedade, e é a
isto que este reflexão se propõe: plantar sementes
para estudos futuros.
Palavras-chave:
Gênero; raça; violência.
REFERÊNCIAS
GOES, Emanuelle. Mulheres negras e exploração
sexual. In:
Acervo Combate Racismo Am-
biental
. Disponível em < https://acervo.
racismoambiental.net.br/2015/05/21/meni-nas-negras-e-exploracao-sexual/>. Acesso
em 06 de maio de 2018.
LIMA, Márcia; RIOS, Flavia; Danilo, FRANÇA. Arti-
culando gênero e raça: a participação das
mulheres negras no mercado de trabalho