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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS,
MOVI
MENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS
las e pelos ACS compreende que há uma amplia-
ção nos limites terapêuticos da clínica exercida
por este serviço de saúde, que exerce atendimen-
tos não apenas dentro do consultório, mas na rua,
nas casas dos usuários, um trabalho peripatético,
a prevenção sendo realizada de casa em casa,
no ir e vir pela comunidade.
O caminhar “de manhã pra lá, de tarde pra
cá”, tal como descrito por uma das ACS entrevista-
das, permeou a construção desta pesquisa. Acom-
panhar as ações das e dos ACS permitiu compreen-
der as particularidades da implementação desta
política pública e do trabalho destes sujeitos imple-
mentadores. Ir e vir, da ESF para a residência da
Dona Helena, da residência da Dona Helena para
a Associação Comunitária, de uma ponta a outra
da cidade, assim se constrói o controle e o cuidado
previsto na política de saúde e assim se construiu o
caminho percorrido por esta pesquisa peripatética
para entender este processo de trabalho.
A burocracia estatal responsável pela exe-
cução destas políticas se desenvolveu com bases
autoritárias e hierarquizadas, onde os ideais polí-
ticos muitas vezes ultrapassam a capacidade do
aparato burocrático em executar sua função. A
capacidade estatal, segundo Rey (2013) não está
relacionada apenas com o resultado das políticas
implementadas, mas com as ações concretas do
Estado para adentrar em mecanismos políticos e
administrativos que constituem o jogo de regras
burocráticas das políticas públicas. A capacidade
de produzir um
ethos
a partir das ações do Estado,
uma conectividade social entre os atores estatais
e os setores da sociedade atingidos.
Ao preocupar-se com as formas de cuidado
a saúde do indivíduo, além da assistência médica