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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS,

MOVI

MENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS

gênero que vêm ocorrendo nas últimas décadas,

com mulheres adquirindo maior espaço na esfe-

ra pública e, aos poucos, os homens assumindo

sua paternagem, as políticas públicas brasileiras

dirigidas à maternidade, não têm acompanhado

estas mudanças, se baseando em um modelo de

família tradicional, cujas contribuições efetivas à

emancipação das mulheres e equidade de gêne-

ro ainda são duvidosas. Prova disto é que nossas

leis trabalhistas, se por um lado representam um

progresso significativo no que toca a garantia de

direitos das mães trabalhadoras, por outro se mos-

tram anacrônicas, com poucas mudanças ocor-

ridas em relação à licença paternidade. Ou seja,

subjetivamente o homem ainda se mantém no pa-

pel de provedor, cabendo-lhe pouco estímulo em

direção a uma mudança cultural em relação à

divisão dos cuidados com os filhos. Ademais, após

um período de ampliação de políticas sociais na

última década, vivemos atualmente uma acen-

tuada onda conservadora, que resulta em notório

esforço para a precarização do trabalho, mani-

festa na recente reforma trabalhista que além de

retirar direitos fundamentais, incentiva o trabalho

informal e, consequentemente, suprime o gozo

de benefícios dados somente a trabalhadores for-

mais, como a licença maternidade, desta forma

lesando especialmente as mulheres, que consti-

tuem a maior fatia dos trabalhadores informais do

país.

Assim, refletindo acerca da implementação

da licença parental, buscamos avaliar quais os

possíveis impactos de sua adoção na sociedade

brasileira no que tange à equidade de gênero,

considerando os casos de outros países cuja im-

plementação dessa política já é uma realidade,

como o caso sueco (ADDATI, CASSIRER, GILCHRIST,