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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS

parental como instrumento da equidade de gêne-

ro a partir do comparativo com o modelo sueco,

refletindo sobre potenciais mudanças culturais que

poderiam advir desta alteração. As políticas públi-

cas e, mais especificamente, as sociais impactam

fortemente sobre o bem-estar dos indivíduos. Nes-

sa perspectiva, utilizar-se de gênero como cate-

goria de análise para estudá-las consiste em en-

tender que, ao analisar as opressões que sofrem as

mulheres, tentamos compreender a relação entre

os gêneros e seu reflexo nas estruturas sociais e de

poder existentes, de maneira que debater possibi-

lidades de mudanças a partir destas compreende

uma estratégia fundamental com potenciais des-

dobramentos teóricos e políticos. Entendendo que

a divisão sexual do trabalho “

tem por caracterís-

ticas a destinação prioritária dos homens à esfe-

ra produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva

(KERGOAT, 2003), constituindo um dos pilares que

sustentam a desigualdade entre homens e mu-

lheres (ainda que hoje as mulheres massivamente

estejam inseridas no mercado de trabalho, de ma-

neira formal ou informal), nota-se que o trabalho

no âmbito doméstico permanece fazendo com

que as mesmas desempenhem até 73% mais ho-

ras em trabalhos domésticos que os homens (IBGE,

2018), dos quais os cuidados com os filhos somam

boa parte deste percentual. Poderia, neste con-

texto, a licença parental surgir como alternativa

para diminuição dos impactos da divisão sexual

do trabalho? Esta assimetria entre os papéis pa-

rentais se origina de construções sociais em torno

do que representa ser homem e ser mulher, onde

historicamente as mulheres foram confinadas ao

espaço privado e os homens ao espaço público.

Assim, mesmo com as mudanças nas relações de