383
VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS,
MOVI
MENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS
para as mulheres, demonstrando que elas eram
revolucionárias e adeptas às ideias feministas
antes mesmo da própria Revolução (LÓPEZ-CA-
BRALES). Desde 1960 existe em Cuba a Federação
de Mulheres Cubanas que foi criada com o objeti-
vo principal da incorporação da mulher na socie-
dade e nos espaços de trabalho, bem como foi
parceira nas mudanças econômicas e sociais de
Cuba no período pós-revolução, contando atual-
mente com mais de quatro milhões de membros,
alcançando um protagonismo muito significati-
vo no estado cubano. O processo revolucionário
em Cuba foi gestado com a participação efetiva
das mulheres que já se encontravam organizadas
em Movimentos Sociais e Feministas. A Revolução
pautou a redistribuição de renda, que gerou um
nível mais igualitário nas condições de vida de
seus habitantes e, com isso, um empoderamento
de camadas sociais que antes se encontravam
à margem da sociedade, incluindo as mulheres,
tanto é que, atualmente elas participam paritaria-
mente do Parlamento. Apesar disso, o patriarcado
e suas manifestações são construções culturais, so-
ciais e econômicas que permanecem com muita
força mesmo em Estados ditos socialistas, uma vez
que ele não é somente um sistema de organiza-
ção das relações humanas e da relação entre os
sexos para cada qual foi idealizado um gênero,
mas uma forma de organização do mundo que
decorreu de um processo longínquo anterior à an-
tiguidade clássica e que, praticamente, se tornou
homogênea na modernidade. Dentro disso, po-
de-se afirmar a existência de muitos avanços sig-
nificativos conquistados pelas mulheres cubanas,
porém, tanto no capitalismo, quanto no socialis-
mo segue existindo muito fortemente paradigmas