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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT5: REPRESENTAÇÃO POLÍTICA, JUVENTUDE E GÊNERO
baixo interesse fica evidente quando analisado os
sentimentos das jovens estudantes quanto à políti-
ca. Os sentimentos negativos das jovens que afir-
mam não ter nenhum interesse em política fica em
torno de 84%. Também é entre o público feminino
que se observa um percentual maior de rejeição
à imagem dos políticos. Uma grande parte das jo-
vens concordou com a afirmação de que “todos
os políticos são corruptos” (80,6%) e quase todas
responderam que “os políticos prometem, porém
não cumprem com suas promessas” (98%). Os re-
sultados obtidos não são surpreendentes, visto que
as mulheres sempre estiveram alijadas da política,
não sendo permitida e/ou incentivada a sua par-
ticipação. No entanto, quando perguntado às
estudantes se estas participariam “se convidadas
por alguém” de atividades políticas, pouco mais
da metade das entrevistadas respondeu que par-
ticiparia (57,6%), contra 50,4% dos jovens homens.
Apesar da diferença entre o percentual de
homens e mulheres em geral ficar dentro da mar-
gem de erro e, portanto, não ser suficiente para
afirmar que há uma diferença significativa, as jo-
vens mulheres ainda apresentam predisposições
atitudinais maiores à participação se comparadas
aos jovens homens. Ou seja, o percentual das me-
ninas que se predispõe a participar é muito maior
do que o de mulheres que efetivamente ocupam
cargos eletivos no mundo real. Desse modo, obser-
va-se a não concretização dessa participação de
uma forma realmente efetiva e, assim, as jovens
acabam por não alterar o padrão de cultura polí-
tica, fortemente marcado pela baixa eficácia po-
lítica e pela descrença no sistema político como
um todo, e que estabelece os espaços de parti-
cipação e representação política como sendo