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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT4: DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS
qual todo o mal chegava à humanidade, pois era
considerado que através da mulher (Eva) que o
Pecado Original aconteceu. Então, a igreja inter-
feria nos direitos sexuais das mulheres, por meio do
controle moral e social do corpo. O catolicismo di-
tava as regras da sexualidade e através da bíblia
definia o que era virtuoso, devendo o ato sexual
ser só com intuito reprodutivo e após o casamen-
to. Isso, transformou a atividade sexual em um indi-
cativo moral, na qual uma vida simples e afastada
dos prazeres carnais se tornou a ideal.
Assim, o direito à autonomia sexual da mu-
lher ainda é considerado um tabu, devido a pa-
drões sociais que ainda não foram “quebrados”,
já que são questões apresentadas sob um viés de
papéis pré-definidos baseados no controle religio-
so do corpo e nas definições de poder e domina-
ção patriarcal.
Portanto, se faz necessária a concep-
ção de que os direitos sexuais devem propiciar
proteção jurídica, promovendo a liberdade e a
igualdade, sem prender-se a comportamentos e
identidades meramente admitidas pela religião.
Tanto que diversos segmentos de lutas vêm deba-
tendo e inserindo temas relacionados aos direitos
sexuais das mulheres em discussão tanto politi-
camente, como pela sociedade em geral. Logo,
esse tema é importante para se discutir direitos
que foram e, de certa forma, ainda são negados
às mulheres, mesmo depois de haver movimentos
que combatam e questionem certos comporta-
mentos impostos pela sociedade, pela cultura ou
pela religião.
Por isso, o presente resumo tem como obje-
tivo analisar a ingerência da religião católica nos
direitos sexuais femininos, ponderando os direitos