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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3:
GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
PROSTITUIÇÃO: UM OLHAR SOBRE
CARREIRAS DESVIANTES
Maurício Goulart-Silva
(PPGAdm/Unisinos)
Jenifer Arruda
(PPGA/UFRGS)
O senso comum sugere a prostituição como
a “profissão mais antiga do mundo”. Apesar disso,
pouco se tem feito efetivamente para a regulação
da profissão, embora ativistas como Gabriela Leite
tenham, em diversos momentos históricos, lutado
em favor disso. Nesse trabalho, propõe-se refletir
de forma ensaística sobre a prostituição enquan-
to carreira à luz das Carreiras Desviantes (BECKER,
2008) e da institucionalização das profissões, por
meio de diplomas e mandatos (HUGHES, 1958).
Em nossa sociedade, conforme Hughes
(1937), as carreiras costumam ser entendidas em
termos de empregos, sendo eles vistos como as
principais ligações do indivíduo com a estrutura
institucional que o cerca. O autor aponta, ainda,
a carreira de forma subjetiva, como um cenário
em movimento onde um indivíduo é capaz de ver
a sua vida de forma integral e interpretar o signi-
ficado de tudo que acontece consigo e em seu
ambiente.
Compreende-se que as interações entre as
pessoas e a sociedade a que pertencemmoldam,
tanto as pessoas, quanto a própria sociedade. Pa-
drões de comportamento, de atitudes e de modos
de ser e de se viver são criados por grupos sociais.
Do mesmo modo, os desvios são estabelecidos: à
medida em que regras são criadas e desobedeci-