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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT3: GÊNERO, RAÇA E TRABALHO
relações de produção” pode se conectar às re-
centes inserções dos produtores familiares em gran-
des cooperativas da região aqui estudada. Assim,
a união do Sistema Familiar de produção em asso-
ciações e cooperativas tem como objetivo perpe-
tuar esse tipo de cultivo e de organização familiar.
As cooperativas agrícolas no Brasil cresceram com
esse objetivo: o de ligar a produção familiar a um
cultivo moderno e de alta eficiência e torná-las or-
ganizações empresariais agrícolas.
De acordo com o último Cadastro Vinícola
do Rio Grande do Sul (MELLO; MACHADO, 2017),
que coletou dados no período que compreende
os anos de 2013 a 2015, a vitivinicultura gaúcha
dobrou sua área plantada em 20 anos. Tal docu-
mento reitera que a agricultura familiar é a base
desse cultivo com uma área aproximada de 2,81
há de área plantada. Para Valduga, Dartora e
Babinski (2007, p. 9), no empreendedorismo da re-
gião, “predominam os estabelecimentos de micro
ou pequeno porte, administrados pelas próprias
famílias.” que se reúnem em cooperativas e asso-
ciações de produtores para buscar um melhor de-
senvolvimento de sua produção e comercializa-
ção. Por cooperativas de trabalho, entendem-se
aqui como as “formas autogestionárias de orga-
nização da produção, do controle da atividade
laboral e do produto realizado pelos próprios tra-
balhadores” (LIMA, 2009, p. 91). Contudo, ressalt-
-se que a necessidade de comercialização com
regras comuns e o respeito às decisões majoritá-
rias nas estruturas de governança, muitas vezes
podem ser contrárias aos interesses particulares de
determinado associado.
Objetivou-se neste estudo, portanto, ana-
lisar as relações entre os pequenos produtores e