Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
te, à dimensão de controle que, a partir do protocolo, observa-se
no
software
.
4.2 Fluxo-acervo
Indiscutivelmente, a ideia de um fluxo de audiovisual,
o desenrolar contínuo de imagens em conexão, foi um dos tra-
ços característicos da televisão convencional e segmentada. O
curso contínuo de conteúdo surgia ao público como um dado,
sem qualquer possibilidade de escolha ou intervenção. A opção,
a única disponível, residia na escolha entre fluxos distintos de
diferentes emissoras. A quebra desta exclusividade surge como
traço do
streaming
, sem, contudo, pressupor que, nesta forma,
venha-se a eliminar o fluxo. Entre as diversas contrações do pas-
sado presentes em cada evento, a dimensão do fluxo adquire es-
pecial importância, vivo como se mostra desde as experiências
com
broadcast
que prescindiam da imagem, como o próprio rá-
dio. A forma do
streaming
não implica a dissolução do fluxo, exa-
tamente o contrário: rejuvenesce-o, como os demais pontos que
se encontram conectados. Assim, a relação entre fluxo e acervo
surge como um pêndulo, tendendo de uma direção a outra. Se as
primeiras experiências com
streaming
se distanciaram do fluxo,
a consolidação da atividade se pauta pela tentativa de retomá-lo,
inserindo-o no âmbito da chave específica a esta regularidade;
outro giro sobre uma posição amplamente conhecida, mas expe-
rimentada em circunstância distinta.
Como parte de um movimento intermediário, a auten-
ticação multicanal ofereceu a oportunidade de experimentar os
acervos como parte deste processo mais amplo de reconstitui-
ção do audiovisual. Indica a primeira apropriação desta dimen-
são dos acervos como parte de um universo significativamente
amplo de conteúdo que trafega das operações de televisão seg-
mentada para a internet. Os desdobramentos então perceptíveis
surgem como consequência não intencional desta ação. No que
se refere ao tema do fluxo-acervo, a constituição da autenticação
multicanal indicava a tentativa de participar de transformações
com as quais operadores segmentados não haviam inicialmen-
te se envolvido. A expectativa das operadoras de televisão seg-
mentada implicava transformar os acervos somente em uma