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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:

GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA

SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018

GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS,

MOVI

MENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS

estratos sociais mais baixos. De acordo o Inventá-

rio de Vulnerabilidade Social (IVS) as desigualda-

des sociais no Brasil revelam relações assimétricas

entre homens e mulheres em diversas esferas da

vida, permitindo a identificação dos distintos graus

de vulnerabilidade a que mulheres de diversas fai-

xas etárias e cor são submetidas ao longo de sua

trajetória de vida

3

. Um dos principais fatores que a

situação de desigualdade extrema no Brasil, é a

bagagem histórica de quase quatro séculos de es-

cravidão e o largo passado colonial que criaram

profundas clivagens entre regiões, pobres e ricos,

negros e brancos, mulheres e homens. Tal distan-

ciamento marcou a forma com a qual organiza-

mos nossa sociedade, nossa economia e nosso

Estado, diminuindo sua capacidade redistributiva.

Não só nossa economia beneficia poucos, mas

também nosso Estado e nossa organização social

contribuem para perpetuar desigualdades

4

.As dis-

criminações e inequidades de gênero e raça, têm

se mostrado um nefando mecanismo de bloqueio

à inclusão de negros e de mulheres, se manifestan-

do por violências cotidianas praticadas inclusive

pelo próprio Estado para manter esta parcela da

sociedade sempre “no andar de baixo” da distri-

buição de renda, riqueza e serviços. As desigual-

dades sociais são entrecruzadas por questões de

diversas ordens, as singularidades históricas e con-

ceituais, sobre desigualdades sociais no Brasil e no

mundo passa, obrigatoriamente, pelo reconheci-

mento das reflexões produzidas no campo dos es-

3 COSTA, Marco Aurélio et al. (2017). Atlas da vulnerabilidade so-

cial relatório de pesquisa a nova plataforma da vulnerabilidade

social: primeiros resultados do índice de vulnerabilidade social

para a série histórica da PNAD (2011-2015) e desagregações

por sexo, cor e situação de domicílio. Brasília: IPEA.

4

5

GEORGES, Rafael (2017).

A distância que nos une

: um retrato

das desigualdades brasileiras

.

São Paulo: Oxfam Brasil.