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VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS:
GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E JUSTIÇA
SÃO LEOPOLDO-RS – UNISINOS, 27 A 29 DE NOVEMBRO DE 2018
GT6: POLÍTICAS PÚBLICAS,
MOVI
MENTOS SOCIAIS E DEMOCRACIA: LUTAS, AVANÇOS E RETROCESSOS
MULHERES E AÇÃO NA AMÉRICA
LATINA: DA PARTICIPAÇÃO INFORMAL
ÀS INOVAÇÕES DEMOCRÁTICAS
Andressa Liegi Vieira Costa
(ISCSP, Universidade de Lisboa,
Mestrado em Ciência Política)
A América Latina apresenta problemas es-
truturais que continuam gerando incertezas sobre
os rumos da democracia na região e as condições
socioeconômicas impedem a resolução de confli-
tos por meio da via democrática e institucional. A
democracia eleitoral foi consolidada na região, po-
rém foi acompanhada de crises políticas nacionais
e insatisfação com a democracia, uma vez que
esta carece de justiça social, eficiência do gover-
no e inclusão política, estando relacionado à crise
de representação. O sentimento de crise envolve a
forma como o poder político é exercido e sua con-
centração, pois os atores sociais demandam novos
e melhores espaços de participação e formas mais
democráticas de exercício do poder. Além disso, o
desconforto com as instituições tem levado à emer-
gência de manifestações políticas, em sua maioria
lideradas por jovens, combinando o uso de redes
sociais com protestos nas ruas, como o #NiUnaMe-
nos na Argentina e outros países da região. Os novos
atores políticos não têm se centrado em fazer parte
de uma organização ou partido político, ao invés
disso, participam em diversos tipos de organizações
ou movimentos. Nesses casos, encontra-se uma
nova lógica de participação, mais aberta, descen-
tralizada e colaborativa, indicando uma mudança
nos paradigmas de participação política.